Translate



quarta-feira, 15 de junho de 2011

MINHA
           VELHICE

Noite que passo sentindo a solidão!
Vivo sem ser só...muitos á volta.
Me maltrato com pensamentos cruéis
e nessa imensidão,
meu peito sofrido
suspiros de angústias solta!

Olho á volta tudo ermo e eu tão só!
O vazio abrasa esse coração falido,
que de tanto amor parece... deu nó.
Nunca assim havia me sentido!

A cada um é requisitada sua presença!
Saem um por um, aos floguedos distrairem.
Eu, em meu canto passo a ter lembranças,
do tempo em que eu nova todos á
minha volta...a brincarem e a rirem!

Nessa velha cadeira de balanço medito!...
Já criei, passo horas ali perto da janela
esquecida.
Vendo a terceira geração eu sinto,
é esquisito.
Brincam, parece nem me verem;...
mas tenho vida!

Por ser muito idosa, cansada é como imaginei,
nas costas o peso da idade de tudo que vivi.
Muitos dissabores,tristezas e alegrias presenciei.
Quero ir em paz com o coração livre
e nem lembrar o que sofri!
Deixar a alegria da saudade incontida,
e com certeza na alma,
minha missão estar cumprida!

08/10/05  A.C.Amorim

domingo, 29 de maio de 2011

Tudo
        Passa

Tudo passa mas ficam as marcas,
da vida, no tempo do passado.
Tudo é triste quando se embarca,
em um amor mal acabado.

Do juramento silencioso,
feito em momento rompante.
Ele tão amável e carinhoso,
parecia real aquele instante!

Mas tudo deu errado.
Nada foi verdadeiro.
Acordei, havia sonhado
com seu beijo tão ligeiro!

Na minha vida tu passaste,
como um relâmpago faiscante...
Senti que me amaste,
fizera-se bem marcante!

Guardo no coração os momentos,
de carinho e felicidade.
Ficarás em meus pensamentos,
para os momentos de saudades!

A.C.Amorim
10/10/1998

quinta-feira, 19 de maio de 2011







RIACHO

Riacho raso,
que atravessas todos os dias,
ás vêzes fico para trás me atrazo,
só para ver, você passar
é minha alegria!

Calma como a água que corre
andas na relva macia.
Junto á bica que escorre,
minhas lágrimas de alegria!

Vens como sereia,
ao soltar os seus cabelos.
Mas seu olhar de gêlo,
sei, que ao meu amor és alheia!

Fico feliz só de olhar os seus pés,
pisando nessa água mansa e fria.
Minha cabeça fica ao revés,
e, uma história de amor cria!

Não posso me aproximar,
por ser peão de seu gado.
Não tenho culpa de me apaixonar
e não devo ser julgado!

Olhando todos os dias você,
atravessando esse riacho.
Me realizo, sou feliz ao saber
que não desconfias; eu acho!


A.C.Amorim

quarta-feira, 13 de abril de 2011


















Meus
     Domingos

Passo os domingos olhando
as aves no espaço flutuarem
como pluma a bailarem
na leveza do vento.
Admiro-me observando
mergulharem com destreza
içar o peixe que a natureza
ofereceu como alimento.

A água bate nas pedras
com a fúria da maré
e enquanto volta de ré
leva até meu pensamento.
Ou ás vezes quando se quebra
batendo com fúria possessa
parece fazer a promessa
de me trazer o alento.

Preencho meus domingos
vendo as ondas beijar a areia,
me transformo fico alheia
com essa visão aprazível.
No rosto recebo os respingos
enquanto as aves dançam
outras nas árvores balançam
com equilíbrio incrível!

Extasia-me olhar voarem
sobre o extenso azul do mar
e me pergunto, como seria deslizar
sobre as espumas cor da prata!
Ouço os pássaros cantarem
presentes na nossa Natureza,
são cantores na sua pureza
oferecendo as suas serenatas!

A.C.Amorim
13/102008
              <<<<<<>>>>>>

















Musica é o
           Som da Vida!
Musica é o que eu ouvia na infância;
O som vibrante dos sapos a bater lata,
os grilos nos ouvidos em constância,
a chegarem nítidos da longíqua mata!

Era o barulho que a lagoa continha,
a saltarem na água; "na cidade é raro".
São lembranças que para sorte minha,
hoje o reviver as lembranças é tão caro!

O vibrar dos ventos ao passar entre os galhos,
o silvar às vezes dava mêdo, causava arrepio!
Encolhia-me sobre o fogão no seu borralho,
e pedia ao vento que parasse com seu assobio!

Música é quando no amanhecer acontecia,
os cantos misturados dos pássaros silvestres.
O qual cada um mostrava sua melodia,
e tudo era belo nessa vida tão campestre!

Os passos indecisos no caminhar pelas trilhas,
que levavam à mata espessa e cachoeiras.
Ouvia mais forte ao aproximar da forquilha,
o ruído das aguas no cair entre as trepadeiras!

As notas musicais da vida na natureza são
o som das águas, o vento e o nascer das flores.
Nessa sinfonia a orquestra exibe a canção,
do som da vida; Entoada por vários cantores!

A.C.Amorim                                     
16/10/2008

           <<<<<<<<>>>>>>>>

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dúvida

Não sei se amanheço
e esqueço
o que vivi.
Ou cultivo na mente
o que somente
me fez sorrir.
À noite ecoa
a pergunta que soa
me faz elouquecer.
Se terei a sorte
e me sentirei forte
ao amanhecer!
E pergunto  ao vento
se por momento
chegarei ao anoitecer!

A.C.Amorim
07/04/2011

<<<<<>>>>>

quarta-feira, 30 de março de 2011





SÃO
      JOÃO

Caminho da procissão
o andor ladeira acima,
sobre o mesmo São João
o povo cantando
sem coro e sem rima.

Em festa as solteironas,
grande número já titias,
preparavam os papéizinhos,
para fazerem as simpatias...

Ao passarem no cemitério
o mêdo de alma penada
era agarrado Seu Eleutério,
até que gostava...Sentia-se
o protetor da moçada!...

Finalmente lagoa chegando.
Prece é feita, terço rezado.
Simpatias, tempo que voa
o santo banhado!
Na inesquecível lagoa!...

Com o caminhar orando,
simpatias e alguém molhado,
voltamos á igreja cantando,
São João comemorado!...
E ninguém com namorado!...

Até hoje na mesma lagoa,
coitado do São João!
Quando a madrugada soa,
no fim da procissão,
com raiva mergulham o coitado
Por não terem desencalhado!

24/09/05
A.C.amorim


        <<<<<>>>>>


Dança
         do
            Sol

Astro que brilha onipotente!
Sua luz faiscante aquece e germina,
a mais minúsculas sementes,
para a vida como a mesma determina!

Seus fachos resplandecem sobre as copas
das ávores, que balançam com a aragem.
Para se refrescar alguém  galopa,
e para á sombra da imensa ramagem!

Outros á beira mar com o corpo dourado,
recebendo direto seu raio atrevido.
Espalhando reflexos no mar prateado,
das ondas espumantes a se quebrar com alarido!

Ao dispersar sobre a terra o calor...aí ouso,
me espalhar sob o seu manto aquecido,
e deitar estirada me entrego em repouso,
para acalmar os meus sentidos!

Recolhendo-se por trás das colinas distantes,
como um Rei altivo guarda a esperança.
Para de novo com a aurora deslumbrante,
trazer de volta o amanhecer como criança!

A.C.Amorim
12/05/05






           





 <<<<<>>>>>

terça-feira, 29 de março de 2011





O CARRO
             DE BOI




Eia... carro de boi!

Caminhava pela estrada
gemendo sem parar!
Esse relincho no eixo das rodas,
esqueceram de engraxar!

Menino que tocava
o carro de boi,
era mesmo do mato e foi,
meu amor, minha paixão.
Quando eu ouvia o barulho
de seu carro
saltitava o coração!

Eia...Eia...Eia...
Vamos boi!...

Seu sorriso de caboclo,
mexia comigo e a moçada!
corriamos felizes para ver,
ele passar na encruzilhada!

Eia...Eia...Eia..

Ele sorridente
orgulhoso que enjoava,
de ver tanta moça ardente,
oferecidas
e eu ali nem ligava!

Ciumenta o recebia,
esperando um só olhar!
E o que ele fazia
era o carro de boi tocar!

Eia...Eia...Eia...Boi!...
Eiaaaa...eia...eiaaa...Boi!

30/07/05
A.C.amorim

               <<<<<>>>>>
NÃO VOLTAREI
        Á MINHA TERRA

Hoje sinto morrer a esperança,
de regressar a terra de minha origem.
Faço preces e imploro a Virgem,
perdoar-me, pois vim inocente criança!

           Meus ouvidos aguçam ao fados,
           vibra a alma empobrecida na falta,
          do som das guitarras e meu peito salta,
          nos corridinhos, quando vejo os bailados!

Então viajo nos sonhos e em imaginação!
Preencho minha alma vazia na recordação,
a deslocar para querida terra distante!

            Atravesso o mar em sonho e na imensidão,
            da noite profunda e na mesma escuridão,
            me sinto feliz mesmo por um instante!

05/09/2005
A.C.amorim
                     <<<<<>>>>>
          
   
Goteira

Goteira teimosa
a escorrer pela telha
morrendo no chão.

Perturba e acorda
resmunga como sempre
o arcado ancião.

Relembra bons tempos
da goteira teimosa,
que através do zinco
molhava o barracão!

E sempre pingando
ou o sol demarcando
como espada o colchão.

E a noite o luar
quando infiltrava
de leve o acariciava
preenchendo a solidão!

Agora resta é contar
os pingos caindo
a memória esvaindo
e de saudade chorar!

A.C.amorim

                            

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sei o que vão dizer: Isto é coisa que se escreva? E pior num blog?
Onde todos lêem? Isto não é tema de poema!
Não, não é poema. Isto aconteceu e marcou bastante.
E um dia  eu estava vagando com meus pensamentos o passado e lembrei
do triste ocorrido!
Peguei um lápis e rascunhei...

JOÃO SÓ


João de que? Ou João só!...


Pára pensativo na estação,
olha para o lado desconfiado.
Não conhece ninguém
fica parado...
João saiu de sua terra e na mala,
algumas peças de roupas e balas,
desembrulha uma, a fome aperta...
Decide... uma coisa é certa.
João caminha, precisa ir em frente,
porque a fome já confunde a mente...
Turva-lhe a visão, sente sede...
onde está a água? Vê uma rede...
     Cuidado moço! Grita em voz aguda...
      É comigo? É minha mãe, mas ela é muda...
"Ah! Estou sonhando, eu vim só!
Deixei minha mãe, mulher e avó...
Quem me acena, ai que dor!"


Ih! Acho que cai! Que calor!...
Olha... um anjo veio me ajudar,
está todo de branco, que doce olhar!...


Naquela estação João era ninguém,
ali nenhum parente...Alguém aparece...
E com a pá retira os restos de João,
sem vintém espalhados no chão!
A rede que João cansado avistara,
era a linha do trem,
a fome o cegara
e terminava sua ilusão!


A.C.Amorim
28/07/2007

                     <<<<<>>>>>

quarta-feira, 23 de março de 2011

A
   NOIVA!

Vestido branco, a grinalda marcando a pureza,
entra na capela com a alma em êxtase.
A hora tão esperada brilha em beleza,
o luxo dava a todos a sensação de ênfase.

Das passadas leves mas nervosas,
no compasso da marcha nupcial,
o pai a levava e suas mãos calorosas,
apertavam a cada nota e caminhavam...

Dali em diante seria diferente.
Entregue ao homem que sempre amou,
sua rota de ilusões tão sómente
completaria sua meta.É o que sonhou!

A cauda do vestido se arrasta pelo chão,
tão longo como os sonhos a vir!
E como princesa altiva leva no coração,
esperança e amadurecimento e passa a sorrir!

As fileiras de flores nos bancos sorriem.
A união promete felicidade suprema,
se entrega ao amado tudo é perfeito,
agora feliz e forma, uma estrofe de poema!

Completa o sacerdote o ritual abençoado.
As alianças unidas são colocadas nos dedos,
o casal se beija e sela o juramento marcado,
que esse amor seja forte como o rochedo!

Os pais esperam o fim do enlace simbólico,
as lágrimas descem de alegria ou tristeza?!
Entregam sua filhinha com gesto melancólico,
e pedem a "Deus", que faça feliz sua princesa!



                          














A.C.Amrorim
13/05/2000

sexta-feira, 18 de março de 2011

Estes versos escrevi no ano de 2006, logo após o Tsumani da Indonésia. Estava na gaveta e com as últimas ocorrências do Japão, resolvi divulgar no Blog. Não é exatamente um poema,
é o que senti na época e estou sentindo agora!
Porque o sentimento é o mesmo de qualquer povo ao passar por essa tragédia; angústia, apreenção e tristeza. Só que a cada Paíz difere, talvez devido  as religiões e seus entendimentos, e o mesmo se dando a aceitação. Não sentem revolta, apenas força e fé de um novo recomeço. As vezes dá a sensação que são frios, mas o que fazer, se não há culpados, apenas, nós os humanos fazemos parte da Natureza que Deus criou e juntos fazemos parte dessa criação.E o nosso criador deu o maior poder ao Universo!

ONDAS
             GIGANTES

Estirados sobre o lençol de areia,
tranquilas, em aproveitar os momentos mágicos,
a qual a natureza os presenteia,
olham ao redor, tudo é sonho e fantastico!

A praia naquela hora impregnada de turistas,
dando afazeres aos nativos do lugar!
Pessoas idôneas, escritores e artistas,
entregam-se com a alma á calma do mar!

Ao longe as montanhas elevadas como seios,
acalentavam as águas em seu regaço.
O sol, suas espadas cortavam os anseios,
clareando a tudo enquanto no horizonte,
unem-se em um grande abraço!

Crianças espalhadas por toda extensão da areia,
constroem castelos enquanto a sonhar!
Com histórias inventadas de uma sereia,
que salvou muitas crianças da fúria do mar!
...........

Como uma fera, jogando-se sobre as vítimas,
em formato de massa homogênea e nefasta,
petrificados ficam a espera, e aproxima
o momento drástico e tudo e a todos arrasta!

Povos da beleza e do amor das ilhas,
tragados traiçoeiramente, pela natureza do lugar!
Levando sorrateira com brutalidade suas filhas,
arrancando-os dos seios o rebento a mamar!

Sem os filhos a dor estilhaça os corações,
levando a esperança, deixando tristezas e dores! 
Esperam, que ainda vivam mas as desilusões:
estiradas sem vida no arenoso chão,
ali está seu povo, seus filhos e seus amores!

Sem classe social, uma só raça um só povo,
quem sobrou renasceu á vida, e com fervor ora!
As crianças magoadas com a sereia e de novo
as invocam, para que traga de volta,
pelo menos a paz e recomeçar tudo agora!

O que resta é orar a Deus e de joelhos se reúnem,
sem saber, agradecem ou choram por suas vidas.
Mas com certeza em uma só dor se unem,
porque Deus precisava de anjos,
                         [e antecedeu suas partidas!

A.C.Amorim
ano 2006

                 <<<<<>>>>>

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval

Troquei-me, fiz a maquiagem,
olhei para o espelho e sorri.
Bati a porta com força decidida,
sem olhar para trás, saí.
Era o caminho do sonho
de minha vida!

Eu linda, as plumas
esvoaçavam em meu rosto.
A roupa colada
dileneava meu corpo,
então tomei meu posto!

Os saltos me faziam leve, flutuava!
Era um conto de fada!
O grito de guerra
o apito,
o som iniciava!

No asfalto a primeira passada!
Eu a frente da bateria, sorria!
O som aumentava,
sobre o asfalto
sambava maravilhada!

O tilintar do telefone
a fantasia jogada no chão,
levanto de camisola e chinelão.
Olhei o relógio e a folhinha,
e para tristeza minha...
"quarta feira"
sonhei!...
Com o Sambódramo
da ilusão!
A.C.Amorim
2005

                              <<<<<>>>>>

terça-feira, 1 de março de 2011









Teus
       Olhos

Olhei teus olhos profundos,
e ao fixar os olhos meus,
sentiram,
como se estivessem em dois mundos
e não consegui desviar dos teus!

Quando aprofundei
o meu olhar nos teus,
acho que em vida distante,
te encontrei e amei antes!

Aconcheguei-me em tua vida
sem saber nada de ti.
Amei e fiquei perdida,
quando te ausentaste, sofri.

Voltaste e meus olhos
retornou o brilho de alegria!
Encontraste no meu corpo,
realidade e fantasia.
Seria para sempre?
Ou talvez nem lembre,
o que te ofereci um dia!

Sem esse olhar eu não vivo.
É  luz a iluminar
o meu caminho!
Para sempre te amarei!
E na lembrança desse olhar,
é onde me aninho,
e dos outros olhares
me esquivo!


A.C.Amorim.




 <<<<<>>>>>

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MAGALY
               PERLIS

               Eu estou aqui para falar de uma poeta, que abriu a caixinha de segredos de sua vida sem medo, deixando a mostra a sensibilidade de sua alma. No livro ela apresenta sentimentos mais diversos. Deixando fluir momentos de alegria, tristezas, saudades e dor! Cada poema que eu li, parei, para pensar imaginando os sentimentos que afligem a alma humana. Mesmo não tendo sentido
os momentos de intenso romance viaja na imaginação de te-lo vivido e coloca nos poemas.
          Mas com ela é diferente, todos os poemas é o que ela viveu e sentiu...
          Tornei-me sua fã desde que adquiri seu livro. Publicado em maio de 1985,
                         Retirado do Livro
 MOMENTOS DE UMA CAMINHADA.
Magaly Perlis nasceu em Araraquara, passou uma parte de sua vida em São Carlos. A partir dai , iniciou sua carreira de secretária em São Paulo, ingressando na Cosipa, em Piaçaguera em 1960. Segundo Lucia Christina de Abreu, no mesmo livro deixou estes elogios a Magaly:
          Cada palavra, cada colocação é feita naturalmente, deixando que a emoção vença as regras literárias, e que a experiência e força de vitória vençam os momentos negativos.
          Fazer um poema é deixar que o espírito fale por nós, e deixar que os outros sintam nossa comunhão com a vida, e possam, ao menos em pensamento, caminhar ao nosso lado. É realizar um gesto de fraternidade, é cumprir a missão que nos foi dada, divulgar a palavra, pois o homem é uma criatura  que não pode viver em silêncio, não pode ser uma ilha, ele precisa estar cercado de mãos amigas por todos os lados, de pessoas que o escutem e partilhem de suas realizações.
Obrigada, Magaly, por nos mostrar essa caixinha de segredos, onde todos nós podemos sonhar!

Lúcia Christina de Abreu.

Solidão e fé

Hoje sinto-me só,
sósinha, triste, cinzenta...
meu coração tem um nó
e, a saudade aumenta...

                 Hoje eu queria muito
                um amor todinho meu...
                agora eu queria muito
                tudo o que você me deu ...

A espera continua
na dúvida, insegurança...
Mas, eu quero muito ser sua
e, da tristeza faço esperança...
                           
              Da solidão faço fé,
             da espera, oração,
            da saudade,  faço sonhos, 
           da lembrança uma canção

Magaly Perlis
                           <<<<>>>>
Esse ultimo poema do livro muito me sensibilizou! Retirado também do mesmo livro a qual as ultimas páginas foram oferecidas a seu pai.

POR QUE MEU PAI?

Por que meu PAI?
porque vôce pediu perdão e partiu?
você era tão precioso
a nossa tristeza não viu...

E... a falta faz agora,
nada disso você vê.
Ainda não era hora,
por que isso meu PAI por que?

Você cansou da vida?
é verdade, ás vezes ela maltrata...
mas havia nosso amor,
não se foge assim da dor...

Triste, meu PAI, é pensar
que nada sei desse outro seu caminho,
desse que você buscou...
triste é não saber
se tem flores ou espinhos
o rumo que você tomou...

A saudade é tanta
que sequer consigo orar,
pois, quando lembro de você
só sei mesmo é chorar...

Lembro das suas lágrimas
ao ler o outro poema,
que fiz dois anos atrás
no dia do seu aniversário
e, até no jornal saiu...
você chorou de emoção
pois, seu grande coração
derreteu, não resistiu...

Você gostava tanto da gente!!!
dos filhos, das netas,
da nora, do genro "mais filho",
os encontros eram festas...

Por que você fugiu, meu PAI?
você levou um pedaço de mim, sabia?
o mundo ficou menor,
a nossa casa maior
e vazia...
sua rede, agora guardada,
já não balança vadia...

Mas espero um dia desses
encontrá-lo novamente.
E, você vai me dizer
para que eu possa entender:

POR QUE, MEU PAI?
POR QUE?

Magaly Perlis

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

LEMBRANÇAS

Buscando luz no caminho
fui ao encontro dos encantos
para esquecer os prantos
na solidão da noite escura.
Sinto a falta do carinho
de me afagar insistente
era um amor tão ardente
restando somente amargura!

Fecho os olhos e recordo
os momentos tão arfantes
duas chamas abrazantes
a rolar na escuridão.
Não esqueço o teu modo
de amar na luz acesa
a chama ardia na certeza
do extravazar da paixão!

Foi tantas vezes tantas
que as sombras ali gravadas
ficaram tão encravadas
como espadas no coração.
E quantas vêzes quantas
relembrando o passado 
sinto você ao meu lado 
e acarinho a solidão!


18/01/2011
A.C.Amorim
                                      <<<<<=>>>>>

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O que é Longe?

Longe é o esvoaçar,
dos pensamentos
além do horizonte,
sem ter onde terminar!
É o flutuar dos pássaros
tentando encontrar
sobre as cinzas da floresta
um lugar para pousar!
Ou atravessar o oceano,
olhar do alto o azul
das águas intermináveis.
E vislumbrar
os seios das montanhas!
Ou ver refletida nas águas
a sombra da nave já rasteira,
e com manobras incansáveis
subir novamente:
Cada vez mais alto!...
Refletir de repente,
o longe não existe.
O que existe é a fuga
dos obstáculos que estão,
tão perto!

A.C.Amorim


02/02/2011


                                         <<<<<<<<<<=>>>>>>>>>