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quinta-feira, 24 de março de 2011

Sei o que vão dizer: Isto é coisa que se escreva? E pior num blog?
Onde todos lêem? Isto não é tema de poema!
Não, não é poema. Isto aconteceu e marcou bastante.
E um dia  eu estava vagando com meus pensamentos o passado e lembrei
do triste ocorrido!
Peguei um lápis e rascunhei...

JOÃO SÓ


João de que? Ou João só!...


Pára pensativo na estação,
olha para o lado desconfiado.
Não conhece ninguém
fica parado...
João saiu de sua terra e na mala,
algumas peças de roupas e balas,
desembrulha uma, a fome aperta...
Decide... uma coisa é certa.
João caminha, precisa ir em frente,
porque a fome já confunde a mente...
Turva-lhe a visão, sente sede...
onde está a água? Vê uma rede...
     Cuidado moço! Grita em voz aguda...
      É comigo? É minha mãe, mas ela é muda...
"Ah! Estou sonhando, eu vim só!
Deixei minha mãe, mulher e avó...
Quem me acena, ai que dor!"


Ih! Acho que cai! Que calor!...
Olha... um anjo veio me ajudar,
está todo de branco, que doce olhar!...


Naquela estação João era ninguém,
ali nenhum parente...Alguém aparece...
E com a pá retira os restos de João,
sem vintém espalhados no chão!
A rede que João cansado avistara,
era a linha do trem,
a fome o cegara
e terminava sua ilusão!


A.C.Amorim
28/07/2007

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