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quarta-feira, 15 de junho de 2011

MINHA
           VELHICE

Noite que passo sentindo a solidão!
Vivo sem ser só...muitos á volta.
Me maltrato com pensamentos cruéis
e nessa imensidão,
meu peito sofrido
suspiros de angústias solta!

Olho á volta tudo ermo e eu tão só!
O vazio abrasa esse coração falido,
que de tanto amor parece... deu nó.
Nunca assim havia me sentido!

A cada um é requisitada sua presença!
Saem um por um, aos floguedos distrairem.
Eu, em meu canto passo a ter lembranças,
do tempo em que eu nova todos á
minha volta...a brincarem e a rirem!

Nessa velha cadeira de balanço medito!...
Já criei, passo horas ali perto da janela
esquecida.
Vendo a terceira geração eu sinto,
é esquisito.
Brincam, parece nem me verem;...
mas tenho vida!

Por ser muito idosa, cansada é como imaginei,
nas costas o peso da idade de tudo que vivi.
Muitos dissabores,tristezas e alegrias presenciei.
Quero ir em paz com o coração livre
e nem lembrar o que sofri!
Deixar a alegria da saudade incontida,
e com certeza na alma,
minha missão estar cumprida!

08/10/05  A.C.Amorim