TALVEZ
MULHER
Debruça na varanda e sente o pranto,
rolar furtivamente, umedecendo teu rosto!
Passa a mão para secar e eu garanto,
são lágrimas, que ao ter o pensamento tosco
da noite, que mansa se entregou e amou
tanto!
Olha para a rua, lembra das brincadeiras,
quando criança corria amparando a peteca!
Em meio as amiguinhas...e as trepadeiras,
que a abrigava do sol ao ninar a boneca!
Ali admirava extasiada...
Tocar de leve na água a lavadeira!
Agora se sente mulher, e uma nuvem ameça,
a felicidade a qual, sua leviandade antecipou!
A chama que ardia aplacou, ficou baça.
E já nem sabe se foi devaneio ou se amou!
Está só e talvez com o tempo desfaça!
Machucaste a alma: Oh! jovem menina!
Tua idade é de criança, mas já és mulher!
Cresce no teu ventre a vida pequenina,
e perde os sonhos, e ainda não sabe o que quer!
Sonha...E sem perceber deixou de se menina,
para ser uma feliz ou infeliz talvez...mulher!
14/02/2006
A.C.Amorim
quinta-feira, 22 de julho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
LUA
Suave mesmo é a lua
que mansamente vem iluminar,
retirar o véu da noite intensa,
desabrochando uma saudade imensa,
saudade nem sei de quê...
Suave mesmo é a lua
ao iluminar os amantes,
e aflorar na alma o calor
do mesmo amor que sentiu antes;
"Como eu sentia por você".!
Suave mesmo é a lua,
que do alto serve de moldura,
aos jovenzinhos que sonham,
e murmuram um ao outro
que estarão juntos, em vida futura!
Tão suave é a lua,
para o casal há muito unido,
duas vidas inseparáveis, porque
é um casal de ancião.
E a lua com seu feitiço
os fazem, viver de recordações,
relembram e tem saudade
que aperta seus corações!
Pura e suave é a lua:
Acarinhando delicadamente,
alguém sob a marquise,
que dorme profundamente.
E essa mesma lua,
E essa mesma lua,
é testemunha de sua mazela.
Suave mesmo é a lua,
ao clarear o caminho do ébrio,
na sua vida tristonha
é mais um solitário que sonha,
um dia ser feliz
e bebe, para fugir do tédio.
Suave mesmo é a lua,
em seu eclipse silenciosa,
desaparece da Terra e volta
em caminhada morosa.
Cobre toda imensidão!...
Onde poetas e romancistas,
viajam além da imaginação.
Ê o efeito de seu brilho,
enfeitiça toda a terra,
hipnotizando com seu clarão!
Esses versos não lembro exatamente a data que foi escrito: mas recordo que foi num dia de eclipse.
fiquei horas com uma radiografia na mão tentando ver o episódio, mas com o tempo nubladfo não deu.
E logo após o eclipse a lua abriu limpa e legível. Confesso fiquei decepsionada mas ao mesmo tempo maravilhada com seu brillho!!
A.C.Amorim
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terça-feira, 18 de maio de 2010
O
TRONCO
Inerte e tosco um pedaço de você,
estirado no chão, marron do tempo
acho que sentes e chegas a sofrer,
ali largado, nesse ínfimo contratempo.
Na chuva e sempre molhado,
passa os dias e sem perceber,
que estás ficando desgastado,
e o tempo está a te corroer.
És roliço e sem querer decorativo.
Tiram fotos em pose e até sentados!
Ou algum nervosinho num gesto criativo,
em sua ira por vingança, és chutado.
Outros se apoiam para amarrar o calçado,
o cadarço solto escoram-se, e até,
alguns achando que é o lugar indicado,
para seu animal fazer o xixi em pé.
Como sofre esse redondo tronquinho!
De uma grande árvore que enfeitou,
alguma calçada, e hoje é só um banquinho,
e acabar no tempo é o que restou!
A.C.Amorim
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