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quarta-feira, 13 de abril de 2011


















Meus
     Domingos

Passo os domingos olhando
as aves no espaço flutuarem
como pluma a bailarem
na leveza do vento.
Admiro-me observando
mergulharem com destreza
içar o peixe que a natureza
ofereceu como alimento.

A água bate nas pedras
com a fúria da maré
e enquanto volta de ré
leva até meu pensamento.
Ou ás vezes quando se quebra
batendo com fúria possessa
parece fazer a promessa
de me trazer o alento.

Preencho meus domingos
vendo as ondas beijar a areia,
me transformo fico alheia
com essa visão aprazível.
No rosto recebo os respingos
enquanto as aves dançam
outras nas árvores balançam
com equilíbrio incrível!

Extasia-me olhar voarem
sobre o extenso azul do mar
e me pergunto, como seria deslizar
sobre as espumas cor da prata!
Ouço os pássaros cantarem
presentes na nossa Natureza,
são cantores na sua pureza
oferecendo as suas serenatas!

A.C.Amorim
13/102008
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Musica é o
           Som da Vida!
Musica é o que eu ouvia na infância;
O som vibrante dos sapos a bater lata,
os grilos nos ouvidos em constância,
a chegarem nítidos da longíqua mata!

Era o barulho que a lagoa continha,
a saltarem na água; "na cidade é raro".
São lembranças que para sorte minha,
hoje o reviver as lembranças é tão caro!

O vibrar dos ventos ao passar entre os galhos,
o silvar às vezes dava mêdo, causava arrepio!
Encolhia-me sobre o fogão no seu borralho,
e pedia ao vento que parasse com seu assobio!

Música é quando no amanhecer acontecia,
os cantos misturados dos pássaros silvestres.
O qual cada um mostrava sua melodia,
e tudo era belo nessa vida tão campestre!

Os passos indecisos no caminhar pelas trilhas,
que levavam à mata espessa e cachoeiras.
Ouvia mais forte ao aproximar da forquilha,
o ruído das aguas no cair entre as trepadeiras!

As notas musicais da vida na natureza são
o som das águas, o vento e o nascer das flores.
Nessa sinfonia a orquestra exibe a canção,
do som da vida; Entoada por vários cantores!

A.C.Amorim                                     
16/10/2008

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dúvida

Não sei se amanheço
e esqueço
o que vivi.
Ou cultivo na mente
o que somente
me fez sorrir.
À noite ecoa
a pergunta que soa
me faz elouquecer.
Se terei a sorte
e me sentirei forte
ao amanhecer!
E pergunto  ao vento
se por momento
chegarei ao anoitecer!

A.C.Amorim
07/04/2011

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quarta-feira, 30 de março de 2011





SÃO
      JOÃO

Caminho da procissão
o andor ladeira acima,
sobre o mesmo São João
o povo cantando
sem coro e sem rima.

Em festa as solteironas,
grande número já titias,
preparavam os papéizinhos,
para fazerem as simpatias...

Ao passarem no cemitério
o mêdo de alma penada
era agarrado Seu Eleutério,
até que gostava...Sentia-se
o protetor da moçada!...

Finalmente lagoa chegando.
Prece é feita, terço rezado.
Simpatias, tempo que voa
o santo banhado!
Na inesquecível lagoa!...

Com o caminhar orando,
simpatias e alguém molhado,
voltamos á igreja cantando,
São João comemorado!...
E ninguém com namorado!...

Até hoje na mesma lagoa,
coitado do São João!
Quando a madrugada soa,
no fim da procissão,
com raiva mergulham o coitado
Por não terem desencalhado!

24/09/05
A.C.amorim


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Dança
         do
            Sol

Astro que brilha onipotente!
Sua luz faiscante aquece e germina,
a mais minúsculas sementes,
para a vida como a mesma determina!

Seus fachos resplandecem sobre as copas
das ávores, que balançam com a aragem.
Para se refrescar alguém  galopa,
e para á sombra da imensa ramagem!

Outros á beira mar com o corpo dourado,
recebendo direto seu raio atrevido.
Espalhando reflexos no mar prateado,
das ondas espumantes a se quebrar com alarido!

Ao dispersar sobre a terra o calor...aí ouso,
me espalhar sob o seu manto aquecido,
e deitar estirada me entrego em repouso,
para acalmar os meus sentidos!

Recolhendo-se por trás das colinas distantes,
como um Rei altivo guarda a esperança.
Para de novo com a aurora deslumbrante,
trazer de volta o amanhecer como criança!

A.C.Amorim
12/05/05






           





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terça-feira, 29 de março de 2011





O CARRO
             DE BOI




Eia... carro de boi!

Caminhava pela estrada
gemendo sem parar!
Esse relincho no eixo das rodas,
esqueceram de engraxar!

Menino que tocava
o carro de boi,
era mesmo do mato e foi,
meu amor, minha paixão.
Quando eu ouvia o barulho
de seu carro
saltitava o coração!

Eia...Eia...Eia...
Vamos boi!...

Seu sorriso de caboclo,
mexia comigo e a moçada!
corriamos felizes para ver,
ele passar na encruzilhada!

Eia...Eia...Eia..

Ele sorridente
orgulhoso que enjoava,
de ver tanta moça ardente,
oferecidas
e eu ali nem ligava!

Ciumenta o recebia,
esperando um só olhar!
E o que ele fazia
era o carro de boi tocar!

Eia...Eia...Eia...Boi!...
Eiaaaa...eia...eiaaa...Boi!

30/07/05
A.C.amorim

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NÃO VOLTAREI
        Á MINHA TERRA

Hoje sinto morrer a esperança,
de regressar a terra de minha origem.
Faço preces e imploro a Virgem,
perdoar-me, pois vim inocente criança!

           Meus ouvidos aguçam ao fados,
           vibra a alma empobrecida na falta,
          do som das guitarras e meu peito salta,
          nos corridinhos, quando vejo os bailados!

Então viajo nos sonhos e em imaginação!
Preencho minha alma vazia na recordação,
a deslocar para querida terra distante!

            Atravesso o mar em sonho e na imensidão,
            da noite profunda e na mesma escuridão,
            me sinto feliz mesmo por um instante!

05/09/2005
A.C.amorim
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