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terça-feira, 26 de outubro de 2010



MOMENTOS

No amor partilhamos as alegrias,
numa troca profunda de sentimentos.
Tornando-nos uma só pessoa,
e em maravilhas nossos momentos!

Sem se preocupar com nada ou em tudo,
nos entregamos nas mais escandalosas malícias.
Viajando ou flutuando sem ver nada,
só importando o labirinto de nossas carícias.

Que nos leva na mais profunda viagem,
em  mergulho das águas azuis do oceano.
Naquele momento nada importa, nada resta,
só importa sim, esse amor insano!

Os nossos corpos transformados pela paixão,
com as almas famintas nesse amor tão louco.
Longe não ficamos um só momento, porque
todos os momentos para nos é tão pouco! 


A.C.Amorim
   1998


terça-feira, 19 de outubro de 2010






Esses versos escrevi as pressas para minha filha levar para a empresa em que trabalhava. Ela queria fazer brincadeiras com as colegas e fez sucesso entre eles.
Foi apenas uma rascunhada que eu queria brincar também!


NOITE DE HALLOWEEN

Hoje no cemitério é dia de festa.
A caveira abriu a sepultura para festejar.
No dia das bruxas o ar infesta,
odor de bruxaria no caldeirão a queimar!

Colocaram na panela algumas minhocas,
aranhas de pernas peludas e caranguejeiras.
No canto duas caveiras contando fofoca,
da caveirinha sensual e faceira!

Da sepultura levantou  com sua beleza,
e convidou o esqueleto para passear.
O caminho era escuro e a vela empinada,
estava doido, para seus ossinhos alisar!

Juntou o morcego com a capa prêta,
para esconder as vitimas na hora de chupar...
o pescocinho de alguma xereta,
o sangue... de quem fôsse na festa xeretar!

Mas o que alegrou macabramente,
foi o casal de caveiras que se engancharam.
Nas fraturas expostas, estavam indecentes,
e com os seus movimentos os ossos racharam!

Morcêgo para lá, morcêgo para cá,
fuja do morcêgo ele quer te pegar!
Guarde o pescoço, não o deixe alisar!...
terás arrepios...quando te sugar!...

A abóbora queria o abóbora macho,
que enfeitados de caveira arrulhavam
Tão iluminados e acesos nos seus fachos,
tentaram, e de tão roliços escorregavam!

Com abóbora, caveiras, morcêgos e aranhas,
o dia das bruxas ou Hallowween foi divertido.
Graças a eles não teve nenhuma piranha,
e acabei me apaixonando pelo morcêgo
com a capa, e seus dentes "Atrevidos!"


31/10/2005
A.C.Amorim














quinta-feira, 7 de outubro de 2010

essas flores acima eram de minha antiga residência.................
PRIMAVERA!
Primavera é renovação e beleza!
À traduzir o colorido das flores,
no bouquet preso com delicadeza,
brindando os olhos com seus matizes!
"E facilitando a união de tanto amores"!

         Lentamente umas vão se abrindo
         outras abertas...
         Parecem sorrirem felizes,
         nos jardins das praias desertas!

A estação com temperatura amena.
O clima tropical ás vezes quente.
O cravo diante da rosa sinto pena:
ao ve-lo tão só, triste e carente!

Feliz é a flor do girasol,
que vive estático, soberbo a olhar!
Acompanha orgulhoso o astro sol,
como se estivesse a rosa guardar!

Juntando todas as flores num buquê,
são entregues com amor a seu amor.
Outras em coroas não sei porquê,
as usam no ato simbólico de dor!

Na primavera é renovação das energias,
ao espargir o orvalho no amanhecer!
O aroma perfumado do ar destes dias,
é guardado na alma, para nunca esquecer!


20/09/2004
A.C.Amorim

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sábado, 11 de setembro de 2010

O VENTO

O vento uiva
trazido do norte
deixando a deriva
até o mais forte.
Entre as montanhas
só vejo o pó
o vento
com artimanha
eu, com paciência de jó.
Venço barreiras
chego no local
cheio de poeira
não sou mais igual!
Do tempo que eu era
um moço... Amadureci
e nos braços quisera
a ter,pois nunca esqueci!
No vento que amansa
levo a esperança
de te encontrar.
Para te dar alegria
e esse amor com tardança
minha saudade, aplacar!


A.C.Amorim
20/03/1999

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

FLORES!

Anotei no papel sobre a mesa,
que a alegria de tantos amores,
é quando a amada recebe nos braços,
o belo e colorido;...
                              ramalhete de flores!

O perfume exalado no ambiente,
são como notas musicais que os autores,
retiraram de suas almas a delicadeza.
juntando-se formaram;...
                            uma orquestra de flores!

Bailam ritmadas no som da valsa,
e abrem-se orgulhosas, exibindo suas côres!
E na aragem do amanhecer são acariciadas,
arrepiando-se nas campinas;...
                                    o belo tapete de flores!

Depois caídas, por terra sem vida,
sabendo não sentir mais os beija flores,
serão húmus que futuramente alimentarão
os jardins, ou inspiradas;...
                          nas telas dos grandes pintores!
A.C.amorim
22/07/2009





                                  

domingo, 29 de agosto de 2010

                              FERNANDO SABINO

Hoje vou fazer uma homenagem a um grande escritor e jornalista brasileiro, Fernando Tavares Sabino. Nascido em 12 de outubro de 1923. Em Belo Horzonte, onde aos 13 anos escreveu seu primeiro trabalho literário. Não vou descreve-lo, devido ao grande número de blogs já existente com enorme conteúdo. Ao meu ver não existe o que falar. Para meu conhecimento que não é nada, ele foi completo. Principalmente o livro A MULHER DO VISINHO, apaixonantes contos realista, leves e bem humorados. Vou deixar aqui algumas frase que  deixou. A qual encontrei no blog PENSADOR.INF. Se quiserem dar uma passadinha por lá tem vários autores e frases.
De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.



O genêro literário de sabino era de uma aparente singeleza, transparencendo o humor, a ironia, ás vêzes o espirito satírico- mas
sobretudo a solidária sensibilidade do autor para o que há de delicado ou divertido nas criaturas. ( tirada do livro a mulher do vizinho).

de Fernando Sabino tirado do livro acima

DEZ MINUTOS DE IDADE

A ENFERMEIRA surgida de uma porta me impôs silêncio com o dedo junto aos lábios e mandou-me entrar.Estava nascendo! E era uma menino!
          Nem bonito nem feio; tem boca , orelhas, sexo e nariz no seu devido lugar, cinco dedos em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer, e saiu-se bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida. Ainda traz consigo, nos olhinhos engazeados, um resto da eternidade.
               Portanto, alegremo-nos. A vida também não é bonita nem feia. Tem bocas que murmuram preces, orelhas sábias no escutar, sexo que se contentam, perfumes vários para o nariz, mãos que se apertam, dedos que se acariciam, multiplos caminhos para os pés.
É verdade que algumas palavras, melhor fora nunca dize-las, outras nunca escutá-las. Olhos há que procuram ver o que não podem, alguns narizes se metem onde não devem. Há muito prazer insatisfeito, muito desejo vão. Mãos que fecham. Pés que se atropelam. Mas o simples ato de nascer já pressupõe tudo isso, o primeiro ar que se respira já contém as impurezas do mundo. O primeiro vagido é um desafio. A vida aceitou um novo corpo e o batismo vai traçar-lhe um destino. A luta se inicia: mais um que será salvo. Portanto, alegremo-nos.
          Menino sem nome ainda, não te prometo nada. Não sei se terás infância: brinquedos , quintal monte de areia, fruta verde, casca de árvore, passarinho, porão de fantasmas, formigas em fila, beira rio, galinha no choco, caco de vidro, pé machucado. O mundo de hoje, tal como o estou vendo da janela do meu apartamento, desconfio que te reserva para a infância um miraculoso aparelho eletrocosmogônico de brincar. Ou apenas uma eterna garrafa de coca-cola e um delicioso chica-bom.
          Aceita, menino, esses inofensivos divertimentos. Leva-os a sério, com toda aquela seriedade grave da infância, chupa o chica-bom, bebe a coca-cola, desmonta e torna a montar a miraculosa máquina de brincar de nosso século, que a imaginação de teu pai jamais poderia sequer conceber. Impõe a essas coisas e a essa vida que te oferecerão como infância a sofreguidão de tua boca, a ousadia de teus olhos e a força de tuas mãos. Imprime a tudo que tocares a alegria que me deste por nasceres. Quaquer que seja a tua infância, conquista-a, que te abençôo. Dela te nascerá uma convicção. Conquiste-a também-- e vai viver, em meu nome. Nada te posso dar senão um nome.
          Nada te posso dar. No teu primeiro instante de vida minha estrela não se apagou. Partiu-se em duas e lá no alto uma delas te espera, será tua. Nada te posso dar senão um nome e esta estrela. Se acreditares em estrela, vai buscá-la. 

retirado do livro A MULHER DO VIZINHO 18ª Edição   2008
 Fernando Sabino.

10/1923 <> 10/2004

sábado, 21 de agosto de 2010

BALADA
             DA
                  DOR


Tristezas que doem
por dentro moem
ao ver desgraças acontecerem.
Águas que levam
no mais alto se elevam
fazendo tantos sofrerem!
São arrastadas
as mais pobres e as abastadas
criaturas humanas!
Triste situação
todos no chão
em condição desumana.
O rico e o pobre
alguns de alma nobre
misturados na morte.
Outros conseguiram
e nem sequer fugiram
foi Deus ou foi sorte?,,,
À volta só resta
o ar que infesta
e não adianta chorar!
É dor, solidão
da grande traição
que veio do mar!
Nas covas abertas
a alma deserta
e uma pergunta no ar...
Por que aqui tão lindo?
Se tudo está findo?...
"É Deus a governar!"

Balada da Dor, dei esse nome porque
escrevi de momento, no dia 28 de dezembro de 2004,  em  decorrencia da trajédia ocorrida na Indonésia. Mas como estou postando hoje, deixo aqui minha solidariedade a tantas outras, que fizeram vítimas. E meu pedido a Deus, que abrande a Natureza e perdão em sermos nossos próprios carrascos!

A.C.Amorim
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