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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

FLORES!

Anotei no papel sobre a mesa,
que a alegria de tantos amores,
é quando a amada recebe nos braços,
o belo e colorido;...
                              ramalhete de flores!

O perfume exalado no ambiente,
são como notas musicais que os autores,
retiraram de suas almas a delicadeza.
juntando-se formaram;...
                            uma orquestra de flores!

Bailam ritmadas no som da valsa,
e abrem-se orgulhosas, exibindo suas côres!
E na aragem do amanhecer são acariciadas,
arrepiando-se nas campinas;...
                                    o belo tapete de flores!

Depois caídas, por terra sem vida,
sabendo não sentir mais os beija flores,
serão húmus que futuramente alimentarão
os jardins, ou inspiradas;...
                          nas telas dos grandes pintores!
A.C.amorim
22/07/2009





                                  

domingo, 29 de agosto de 2010

                              FERNANDO SABINO

Hoje vou fazer uma homenagem a um grande escritor e jornalista brasileiro, Fernando Tavares Sabino. Nascido em 12 de outubro de 1923. Em Belo Horzonte, onde aos 13 anos escreveu seu primeiro trabalho literário. Não vou descreve-lo, devido ao grande número de blogs já existente com enorme conteúdo. Ao meu ver não existe o que falar. Para meu conhecimento que não é nada, ele foi completo. Principalmente o livro A MULHER DO VISINHO, apaixonantes contos realista, leves e bem humorados. Vou deixar aqui algumas frase que  deixou. A qual encontrei no blog PENSADOR.INF. Se quiserem dar uma passadinha por lá tem vários autores e frases.
De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.



O genêro literário de sabino era de uma aparente singeleza, transparencendo o humor, a ironia, ás vêzes o espirito satírico- mas
sobretudo a solidária sensibilidade do autor para o que há de delicado ou divertido nas criaturas. ( tirada do livro a mulher do vizinho).

de Fernando Sabino tirado do livro acima

DEZ MINUTOS DE IDADE

A ENFERMEIRA surgida de uma porta me impôs silêncio com o dedo junto aos lábios e mandou-me entrar.Estava nascendo! E era uma menino!
          Nem bonito nem feio; tem boca , orelhas, sexo e nariz no seu devido lugar, cinco dedos em cada mão e em cada pé. Realizou a grande temeridade de nascer, e saiu-se bem da empreitada. Já enfrentou dez minutos de vida. Ainda traz consigo, nos olhinhos engazeados, um resto da eternidade.
               Portanto, alegremo-nos. A vida também não é bonita nem feia. Tem bocas que murmuram preces, orelhas sábias no escutar, sexo que se contentam, perfumes vários para o nariz, mãos que se apertam, dedos que se acariciam, multiplos caminhos para os pés.
É verdade que algumas palavras, melhor fora nunca dize-las, outras nunca escutá-las. Olhos há que procuram ver o que não podem, alguns narizes se metem onde não devem. Há muito prazer insatisfeito, muito desejo vão. Mãos que fecham. Pés que se atropelam. Mas o simples ato de nascer já pressupõe tudo isso, o primeiro ar que se respira já contém as impurezas do mundo. O primeiro vagido é um desafio. A vida aceitou um novo corpo e o batismo vai traçar-lhe um destino. A luta se inicia: mais um que será salvo. Portanto, alegremo-nos.
          Menino sem nome ainda, não te prometo nada. Não sei se terás infância: brinquedos , quintal monte de areia, fruta verde, casca de árvore, passarinho, porão de fantasmas, formigas em fila, beira rio, galinha no choco, caco de vidro, pé machucado. O mundo de hoje, tal como o estou vendo da janela do meu apartamento, desconfio que te reserva para a infância um miraculoso aparelho eletrocosmogônico de brincar. Ou apenas uma eterna garrafa de coca-cola e um delicioso chica-bom.
          Aceita, menino, esses inofensivos divertimentos. Leva-os a sério, com toda aquela seriedade grave da infância, chupa o chica-bom, bebe a coca-cola, desmonta e torna a montar a miraculosa máquina de brincar de nosso século, que a imaginação de teu pai jamais poderia sequer conceber. Impõe a essas coisas e a essa vida que te oferecerão como infância a sofreguidão de tua boca, a ousadia de teus olhos e a força de tuas mãos. Imprime a tudo que tocares a alegria que me deste por nasceres. Quaquer que seja a tua infância, conquista-a, que te abençôo. Dela te nascerá uma convicção. Conquiste-a também-- e vai viver, em meu nome. Nada te posso dar senão um nome.
          Nada te posso dar. No teu primeiro instante de vida minha estrela não se apagou. Partiu-se em duas e lá no alto uma delas te espera, será tua. Nada te posso dar senão um nome e esta estrela. Se acreditares em estrela, vai buscá-la. 

retirado do livro A MULHER DO VIZINHO 18ª Edição   2008
 Fernando Sabino.

10/1923 <> 10/2004

sábado, 21 de agosto de 2010

BALADA
             DA
                  DOR


Tristezas que doem
por dentro moem
ao ver desgraças acontecerem.
Águas que levam
no mais alto se elevam
fazendo tantos sofrerem!
São arrastadas
as mais pobres e as abastadas
criaturas humanas!
Triste situação
todos no chão
em condição desumana.
O rico e o pobre
alguns de alma nobre
misturados na morte.
Outros conseguiram
e nem sequer fugiram
foi Deus ou foi sorte?,,,
À volta só resta
o ar que infesta
e não adianta chorar!
É dor, solidão
da grande traição
que veio do mar!
Nas covas abertas
a alma deserta
e uma pergunta no ar...
Por que aqui tão lindo?
Se tudo está findo?...
"É Deus a governar!"

Balada da Dor, dei esse nome porque
escrevi de momento, no dia 28 de dezembro de 2004,  em  decorrencia da trajédia ocorrida na Indonésia. Mas como estou postando hoje, deixo aqui minha solidariedade a tantas outras, que fizeram vítimas. E meu pedido a Deus, que abrande a Natureza e perdão em sermos nossos próprios carrascos!

A.C.Amorim
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A
   MARÉ

Esse mar imenso de água azul,
forma ondas.
Que na quebra  suas espumas
vem sorrateiras,
umedecer com seus beijos,
a branca areia!
Esperando-a com alegria
e de braços abertos,
recebe a cada volta, na sua amplidão!
A praia sem movimento dos transeuntes,
quase deserta,
abraçados um ao outro
o murmurio quebra
o silencio da solidão!


Novamente a maré escoa,
volta seu curso.
Deixando a areia só ouvindo o canto,
do vai e vem,
que de tristeza entoa!
Na espera do retorno vislumbra,
o grande painel dos amantes.
Unindo-se no horizonte em convexo,
o encontro das águas: céu e mar!


Logo o retorno é infalível,
previsto em euforia.
A onda formada em espuma estoura,
trazendo um espetáculo nunca visto!
Lança-se sobre a areia com frenesi.
E tomando-a para si,
que ansiosamente esperava,
mata a sede e se deixa banhar!
É só um momento breve,
mas intenso.
Sabe que logo estará com suas
angústias,
quando a água retornar,
para esse mar imenso!


A.C.Amorim

quinta-feira, 22 de julho de 2010

TALVEZ
              MULHER

Debruça na varanda e sente o pranto,
rolar furtivamente, umedecendo teu rosto!
Passa a mão para secar e eu garanto,
são lágrimas, que ao ter o pensamento tosco
da noite, que mansa se entregou e amou
                                                           tanto!

Olha para a rua, lembra das brincadeiras,
quando criança corria amparando a peteca!
Em meio as amiguinhas...e as trepadeiras,
que a abrigava do sol ao ninar a boneca!

Ali admirava extasiada...
Tocar de leve na água a lavadeira!

Agora se sente mulher, e uma nuvem ameça,
a felicidade a qual, sua leviandade antecipou!
A chama que ardia aplacou, ficou baça.
E já nem sabe se foi devaneio ou se amou!
Está só e talvez com o tempo desfaça!

Machucaste a alma: Oh! jovem menina!
Tua idade é de criança, mas já és mulher!
Cresce no teu ventre a vida pequenina,
e perde os sonhos, e ainda não sabe o que quer!

Sonha...E sem perceber deixou de se menina,
para ser uma feliz ou infeliz talvez...mulher!

14/02/2006
A.C.Amorim

quinta-feira, 3 de junho de 2010


    LUA

Suave mesmo é a lua
que mansamente vem iluminar,
retirar o véu da noite intensa,
desabrochando uma saudade imensa,
saudade nem sei de quê...

Suave mesmo é a lua
ao iluminar os amantes,
e aflorar na alma o calor
do mesmo amor que sentiu antes;
"Como eu sentia por você".!

Suave mesmo é a lua,
que do alto serve de moldura,
aos jovenzinhos que sonham,
e murmuram um ao outro
que estarão juntos, em vida futura!

Tão suave é a lua,
para o casal há muito unido,
duas vidas inseparáveis, porque
é um casal de ancião.
E a lua com seu feitiço
os fazem, viver de recordações,
relembram e tem saudade
que aperta seus corações!

Pura e suave é a lua:
Acarinhando delicadamente,
alguém sob a marquise,
que dorme profundamente.
E essa mesma lua,
é testemunha de sua mazela.

Suave mesmo é a lua,
ao clarear o caminho do ébrio,
na sua vida tristonha
é mais um solitário que sonha,
um dia ser feliz
e bebe, para fugir do tédio.

Suave mesmo é a lua,
em seu eclipse silenciosa,
desaparece da Terra e volta
em caminhada morosa.

Cobre toda imensidão!...
Onde poetas e romancistas,
viajam além da imaginação.
Ê o efeito de seu brilho,
enfeitiça toda a terra,
hipnotizando com seu clarão!
Esses versos não lembro exatamente a data que foi escrito: mas recordo que foi num dia de eclipse.
fiquei horas com uma radiografia na mão tentando ver o episódio, mas com o tempo nubladfo não deu.
E logo após o eclipse a lua abriu limpa e legível. Confesso fiquei decepsionada mas ao mesmo tempo maravilhada com seu brillho!!


A.C.Amorim

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terça-feira, 18 de maio de 2010

O
    TRONCO
      Inerte e tosco um pedaço de você,
      estirado no chão, marron do tempo
      acho que sentes e chegas a sofrer,
      ali largado, nesse ínfimo contratempo.

Na chuva e sempre molhado,
passa os dias e sem perceber,
que estás ficando desgastado,
e o tempo está a te corroer.

      És roliço e sem querer decorativo.
      Tiram fotos em pose e até sentados!
      Ou algum nervosinho num gesto criativo,
      em sua ira por vingança, és chutado.

Outros se apoiam para amarrar o calçado,
o cadarço solto escoram-se, e até,
alguns achando que é o lugar indicado,
para seu animal fazer o xixi em pé.

      Como sofre esse redondo tronquinho!
      De uma grande árvore que enfeitou,
      alguma calçada, e hoje é só um banquinho,
      e acabar no tempo é o que restou!

A.C.Amorim

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