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sábado, 8 de maio de 2010

OS
   ABROLHOS

A água bate com insistência na encosta,
e lava com suas lágrimas o verde sopé.
Os abrolhos solitários acomodam
alguém que se posta,
olhando as águas azuis que até;
os animais marinhos sentem a vibração!

Perdido voa longe a imaginção!..

Juntam-se além do horizonte,
o reflexo do sol: "É escassa a visão".
Não deixando ver,
os pássaros preguiçosos, alongarem
suas asas em sincronia da maré.
O trotar das águas, no quebrar das ondas,
no barco a deriva
o observador em pé
medita, esquecido da vida e a hora!

A seu redor a magia do oceano aflora!
Em sua alma o desejo de ir além,
o obriga a flutuar
na imensidão dos sonhos,
e recebe o consolo também!
Milhões de fantasias o faz mergulhar,
retirando os seus pensamentos tristonhos!...

Por que esse mar!
Porque esse mar tem o direito
de caminhar ao rumo sem fim,
agasalhando o colorido da criação!?
Sendo o lugar perfeito
para viver e amar.
A pureza das águas faz fluir,
no observador, a paz na mente
em revolução!
Sonha;...
E tem inveja dos abrolhos enaltecidos,
que mesmo presos no mesmo lugar,
são previlegiados em ser palco,
de alguém vencido,
ou alguma ave desprezada ao pousar,
para o descanso ou meditação!
E sobre os mesmo
tenham o direito de sonhar!

06/11/05
A.C.Amorim

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cada verso ou frase que eu escrevo sempre tem
um porque. Eu todas as manhãs fazia caminhada
no Jardim Botânico, bairro onde residia. E assim
lá estava calma e tranquila longe das mãos
humanas,(dos olhos também: pensava ela.). Eu caminhava
com o olhar fixo e a admirava! E quando
a encontrava a beira da lagoa a analisava;
sua delicadeza e suavidade. Então escrevi
essas palavras, não só para ela mas a todas as Garças!















AS Garças
         Brancas

Garça com graça
toca de leve o chão...
Espalma seus pés
com delicadeza e perfeição...
Gestos tranquilos
e leveza quase ternas;
seus pés bailam no ar
ao erguer as longas pernas!

Garça branca e branda
sobre o pé elegante descansa.
Na árvore desfolhada
o topo é sua varanda;
_Onde ninguém a alcança!
Ereta equilibra o corpo
em sintonia no ar!
Descanse graça branca,
eu a espero alçar vôo:
(Enquanto esse poema entôo!)

Garças brancas e brandas tão belas!
Vislumbro horas esses pontos flutuantes.
Ponteiam o ar essas criaturas singelas,
charmosas até nos vôo rasante!

Garças brancas seu corpo em ésse
do céu, mares e rios não desapareça
não quero te perder!
(Como se tal poder... eu tivesse!)

25/5/2005
A.C.Amorim

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domingo, 18 de abril de 2010

As   flores
                da Vida

As flores que imaginei para mim
          acho nasceram por nada.
Antes do tempo murcharam.
          E em volta o capim  
tomou conta das raízes, sugando 
          a seiva entranhada!

Restam somente no caule os galhos,
          com medo de soltarem
          e terminarem no chão.
Ainda assim, ampara os insetos
          que se escondem do orvalho,
enquanto do alto admiram a paizagem
          dando asas a imaginação!

Ah! Como queria reavivar
        as flores da vida!
Para ao menos eu ter o que contar
        futuramente.
Aos filhos de gerações vindouras
       a história vivida
de momentos mágicos que guardo
      bem vivas em minha mente.

São histórias da infância e mocidade.
Algumas puras e outras com alguma malícia!
       Coisas que tantos escondem agora
                      com a idade.
           Mas é mentira propícia,
         no faz de conta da seriedade...
                  Agora na velhice!

20/08/05
 A.C.Amorim     
        





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domingo, 11 de abril de 2010


CHAMA
            DO
                AMOR!

O amor é como o vento a liberar na fornalha,
sua aragem para manter a chama acesa.
Nos momentos apogiantes dedicados ao amor,
sempre há, flagrante de deliciosa suprêsa.

Unem-se as almas ao se entregarem ao que valha,
sem contar na ansiedade e angústia da espera.
Congregando o entrosamento na união das almas,
que o hormônio do amor aos poucos libera!

O amor não pode simplesmente ser de migalhas.
Ele é de cumplicidade, malícia e total pureza.
São momentos marcantes que estgna na alma,
no direito de viver um sentimento de nobreza!

A.C.Amorim
22/09/2003
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De
   minha
           janela

Quando abro a janela e deixo,
a luz do sol penetrar para aquecer,
no parapeito descanso meu queixo;
obsevo:(Como é bom viver)!

Viver é participar da noite e o dia!
É ver as arvores expelir as velhas folhas.
Sentir o calor do sol e ve-lo sorrir!

A aragem o sol e o verde esmeralda,
me fazem sentir como criança inocente.
Nesse momento a cor ouro
parece uma grinalda,
a espalhar o véo no caminhar
para seu poente!

Ainda bem que de meu quarto,
vislumbro extensa terra.
Coberto do tapete colorido de flores
a perder de vista; até a serra...
E sem ter o que fazer me farto!

A.C.Amorim
01/04/2008
           Achei nos meus antigos livros um poema que chamou a atenção. Foi de um poeta que viveu entre (1893 e 1953).
Entre os dados encontrei o seguinte artigo:
 
A queda: simbolo da decadência do homem contemporâneo.

A missão [do poeta], para Jorge de Lima, certamente era a de alertar a humanidade sobre seus descaminhos, desde a Queda.
Em todas as suas obras, são frequentes as imagens e as alusões
a ela e ao Gênesis. Os protagonistas demonstram serem personagens  incompletas existencialmente, autodilacerantes, perdidas, cheias de culpa [...] O homem contemporâneo, na visão de Jorge de Lima, o seria resultado de várias gerações, de erros e desenganos; a síntese das várias quedas, individuais e coletivas, que compõem a história humana.

(Retirado da Folha de São Paulo de 7/11/1993. Do jornalista .Willian R. Cereja.)

A divisão de Cristo

Dividamos o Mundo em duas partes iguais:
uma para os portugueses, outra para os espanhóis:
Vem quinhentos mil escravos no bojo das naus:
a metade morreu na viagem do oceano.
Dividamos o Mundo entre as pátrias.
Vem quinhentos mil escravos no bojo das guerras:
a metade morreu nos campos de batalha.
Dividamos o mundo entre as máquinas:
Vem quinhentos mil escravos no bojo das fábricas,
a metade morreu na escuridão sem ar.
Não dividamos o mundo.
dividamos Cristo:
todos ressuscitarão iguais.

Escrita por: Jorge de Lima
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Na década de 30 os poetas buscavam caminhos
que essencialmente refletissem a condição do homem em seu estar-
no- mundo. E Jorge de Lima junto com seu amigo Murilo Mendes
encontraram uma saída natural a poesia metafísica e religiosa
pois Murilo Mendes um profundo convertido católico.

POEMA
             ESPIRITUAL

Eu me sinto um fragmento de Deus
Como sou um resto de raiz
Um pouco da água dos mares
O braço desgarrado de uma constelação.

A matéria pensa por ordem de Deus.
Transforma-se e evolui por ordem de Deus.
A matéria variada é bela
É uma das formas visíveis do invisível.
Cristo, dos filhos do homem és o perfeito.

Na igreja há pernas, seios, ventres e cabelos
Em toda parte, até nos altares.
Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar
Que entrelaçam e se casam reproduzindo
Mil versões dos pensamentos divinos.
A matéria é forte e absoluta
Sem ela não há poesia.

Escrita por:MURILO  MENDES
(1901-1975)
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

O que rascunho é para matar o tempo talvez, e
por isso que nos entremeios coloco alguns
poetas famosos que nunca serão esquecidos.
É para quem visitar esse espaço não se sentirem 
entendiados com os meus escritos, sempre
estou acrescentando os nossos poetas.
Hoje deixarei aqui CECILIA MEIRELES
a qual me indentifico com a poesia!
Essa tenho certeza que voces gostarão
para matar a saudade!

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
_não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
_mais nada.